A NOSSA HISTÓRIA
Joaquim da Costa Carregal foi uma figura ímpar das artes gráficas portuguesas no último quartel do século passado. Fundou em 1865 a Tipografia Ocidental com instalações na Rua da Fábrica, no Porto, uma casa que ainda hoje continua a dar cartas no panorama nacional das artes gráficas e que continua fiel ao seu lema de sempre: “A força da tradição, alavanca do progresso”.
1865
Joaquim da Costa Carregal
1848 – 1897
Costa Carregal, ao mesmo tempo um artista e um gráfico de excecional sensibilidade, foi distinguido pelos trabalhos que apresentou na Exposição Universal de Paris de 1889, já que, além dum diploma de menção honrosa mereceu uma crítica muito favorável da parte duma sumidade alemã, Theodoro Goebel, que o classificou de “ótimo impressor de gravura em madeira”.
Também a publicação espanhola “Revista Typographica” considerou Costa Carregal “um grande impressor de grabados” e já anteriormente tinha sido premiado na Exposição Industrial Portuguesa de 1888 com a medalha de prata nacional. Dele se consta que se recusou a receber essa medalha porque para o ato de receção lhe exigiam casaca. “Tenho casaca – disse ele – mas não foi com ela que conquistei a medalha. Foi com a blusa. Só com a blusa a poderia receber”.
A Tipografia Ocidental, introdutora da estereotipia no norte de Portugal, foi galardoada pelo Rei D. Carlos com o brasão das Artes Gráficas, que passou desde então a constituir a marca da casa. Segundo o “Dicionário dos Tipógrafos Famosos” da autoria de Rui Canaveira, Costa Carregal criou naquela tipografia uma autêntica tertúlia que incluiu alguns dos maiores vultos da arte e da literatura portuguesa do século XIX, como Antero de Quental, Ramalho Ortigão, Eça de Queirós, António Carneiro e Rafael Bordalo Pinheiro, tendo ficado célebres as edições luxuosas por ele realizadas de livros conceituados como D. Quixote, Os miseráveis, História do Cerco do Porto, ect.
Destacam-se grandes nomes como Rafael Bordalo Pinheiro, Júlio de Matos, Soares dos Reis, Ramalho Ortigão, Guerra Junqueiro e Eça de Queirós.
Rafael Bordalo Pinheiro
1846 – 1905
Júlio de Matos
1856 – 1922
Eça de Queirós
1845 – 1900
Guerra Junqueiro
1850 – 1923
Soares dos Reis
1847 – 1889
Ramalho Ortigão
1836 – 1915
A sucessão
A Joaquim da Costa Carregal, falecido cedo, em 1897, sucedeu seu filho também ele de seu nome Joaquim da Costa Carregal, que foi o continuador dedicado da sua obra. Este seu filho aprendeu a arte, escreveu alguns livros de divulgação da técnica gráfica e chegou a ser Presidente do Grémio Nacional dos Industriais de Tipografia e Fotogravura. Devido a problemas de espaço, a Tipografia Ocidental foi então transferida em 1910 para a atual localização, em pleno centro urbano da cidade do Porto, na então Travessa Passos Manuel e hoje Rua do Ateneu Comercial do Porto, ali bem à beira do famoso restaurante “Abadia”, tendo passado a designar-se Costa Carregal, Lda.
TIPOGRAFIA
OCIDENTAL
Nos dias de hoje:
Joaquim da Costa Carregal teve três filhos, dos quais o mais novo, António Mário, assegurou a continuação da atividade gráfica na família, em conjunto com um seu irmão, Hernâni, que se ocupava particularmente das relações públicas. António Mário, pai de Joaquim e Hernâni da Costa Carregal (4ª geração) veio a falecer em 1993.
Joaquim e Hernâni asseguraram a continuidade da Costa Carregal desde a década de 70 até 2012.
Joaquim e Hernâni Carregal tiraram cursos na Escola Artes Gráficas Soares dos Reis. Com a particularidade de ainda terem estudado por livros onde era mencionado o seu avô Joaquim da Costa Carregal pelas suas capacidades, habilidades e conhecimento como compositor tipográfico. Num desses livros era chamado o Gutemberg Português.